NOTÍCIAS
Executivo e Judiciário alinhados na efetivação da Política para a População em Situação de Rua
11 DE DEZEMBRO DE 2023
As ações do poder público em favor de um segmento da população marginalizado, carente e em condição de vulnerabilidade social ganharam força nesta segunda-feira (11/12) com o lançamento, pelo governo federal, do Planos Ruas Visíveis, em Brasília. A ação tem relação direta com decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em agosto, determinou aos entes da Federação, União, estados e municípios, a observação das diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua.
A decisão da mais alta Corte do país referendou entendimento do ministro Alexandre de Moraes, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n° 9076, que havia estabelecido, liminarmente, prazo de 120 dias para o governo federal apresentar plano de ação e monitoramento.
“Por unanimidade, determinamos a necessidade do cumprimento integral da Constituição Federal”, disse o ministro Moraes em discurso durante a solenidade, para relembrar a decisão do STF. “O plano lançado agora pelo governo federal, mais do que a garantia de recurso público para investimento, dá visibilidade à questão e é muito importante para garantir dignidade às pessoas em situação de rua.” De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que coordenará os trabalhos com investimento inicial de R$ 982 milhões, a mobilização institucional no governo precede a decisão do Supremo.
PopRuaJud
Atento à situação dessa parcela da população brasileira, que cresceu de forma expressiva durante a pandemia da covid-19, em 2021, por meio da Resolução n° 425, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), instituiu, no âmbito do Poder Judiciário, a Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e suas Interseccionalidades (PopRuaJud). O documento orienta os tribunais e conselhos do sistema de Justiça a assegurar o amplo acesso à justiça a esse segmento da população, de forma célere e simplificada, a fim de contribuir para superação das barreiras decorrentes das múltiplas vulnerabilidades econômica e social, bem como da sua situação de precariedade ou ausência habitacional.
“O Plano Ruas Visíveis será a concretização de ações pelo Poder Executivo, em articulação com os outros poderes”, avaliou, ao final da cerimônia no Palácio do Planalto, o conselheiro do CNJ e coordenador do Comitê Nacional do PopRuaJud, Pablo Coutinho Barreto. “Vejo a efetivação da sinergia entre os poderes, acredito que as ações do poder público terão condições de apresentar mais resultados e assegurar direitos que ainda não foram efetivados em prol desse segmento da população.”
A data para apresentação do Plano Ruas Visíveis em Brasília coincide com a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos no último domingo (10/12). Foi ainda ocasião para marcar, em 2023, os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. E a solenidade no Palácio do Planalto também serviu para o lançamento do Observatório Nacional dos Direitos Humanos, plataforma na internet que divulgará indicadores inéditos e estratégicos sobre os grupos sociais e os temas prioritários do Ministério dos Diretos Humanos e Cidadania.
Aporofobia
O governo federal aproveitou o evento para apresentação de decreto que regulamenta a Lei Padre Júlio Lancellotti (Lei nº 14.489/22). A norma proíbe a manifestação da aporofobia, o medo e a rejeição aos pobres, por meio da adoção, em espaços públicos, de técnicas de arquitetura que hostilizem a população de rua. Também foi anunciada a instituição de grupo de trabalho interinstitucional para avaliar e propor metodologias para a produção de informações sobre a população em situação de rua e, por fim, assinada portaria para criação do Programa Nacional de Moradia Cidadã.
“Nada é mais degradante que o fato de uma pessoa não ter onde morar”, discursou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento da solenidade. O resultado de levantamento publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda feira indica que, em agosto passado, 227.087 mil pessoas viviam nas ruas do Brasil – esse total indica um aumento de 935% em relação ao mesmo valor, em 2013. Segundo o Ipea, as causas desse aumento são a exclusão econômica e as derivações disso: insegurança alimentar, desemprego, déficit habitacional, ruptura de vínculos familiares e questões de saúde, inclusive mental.
Texto: Luís Cláudio Cicci
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
The post Executivo e Judiciário alinhados na efetivação da Política para a População em Situação de Rua appeared first on Portal CNJ.
Outras Notícias
Portal CNJ
Corregedoria Eleitoral do Pará atende comunidades quilombolas
05 de dezembro de 2023
Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, quilombolas de Tracuateua e Bragança, no nordeste paraense,...
Portal CNJ
Tribunal paranaense lança cartilha “Acessibilidade e inclusão”
05 de dezembro de 2023
O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), por meio da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão...
Portal CNJ
CNJ fecha acordo para reduzir processos de execução fiscal em trâmite no TJBA
05 de dezembro de 2023
A extinção das execuções fiscais sem perspectivas de recuperação ou antieconômicas avança mais um passo no...
Anoreg RS
Cartório Plural é lançado durante o XXIII Congresso Brasileiro de Direito Notarial e Registral e VI Conferência Nacional dos Cartórios
05 de dezembro de 2023
A Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR) lançou o programa Cartório Plural, que tem como...
Anoreg RS
STF mantém possibilidade de cancelamento de registro de imóvel rural por corregedor-geral da Justiça
05 de dezembro de 2023
Para o Plenário, medida protege o registro imobiliário nacional e não viola direitos constitucionais da ampla...